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| Oscilação da cotação do dólar |
Já dizia o ditado: “Não basta ser honesto, tem que parecer
ser honesto”. E é dessa forma que os EUA conduz sua economia, ou melhor, como
os outros a vêem.
Em 2008 o país norte americano foi palco do epicentro da
crise financeira gerada pela bolha imobiliária. Em 2011 uma crise política
interna deixa o Obama em situação complicada conseguindo em última hora uma
liberação no orçamento para pagar seus credores e com isso rolar a dívida por
mais alguns anos. Essa instabilidade e medo da principal locomotiva econômica
do mundo não pagar a quem ele deve fez com que seus títulos fossem rebaixadosde AAA para AA+. Apesar de parecer ter pouca diferença a perda do status de títulos mais
seguro do mundo teve seus efeitos colaterais.
A Grécia um dos países que compões a sigla PIG (Portual,
Irlanda e Grécia) que denomina os países com alto endividamento e grande risco
de calote, os gregos não deixaram por menos e fez jus ao seu status declarando recentemente um calote “consciente etemporário” (no nosso claro português significa:
Devo e não nego. Pagarei quando puder).
Seus principais credores são bancos
europeus. Vou abrir um parênteses aqui para explicar melhor porque tantos
bancos emprestam dinheiro para países, fato que estamos vendo muito na mídia e
tem muito a ver com essas crises.
A atividade principal de lucro do banco é pegar o seu
dinheiro e emprestar para outras pessoas a juros maior do que está te pagando.
Para isso ela considera o risco do negócio aumentando ou reduzindo o valor de
juros cobrado nos empréstimos. Os bancos emprestam muito dinheiro para governos
(comprando títulos da dívida pública), pois em geral pagam bem (o Brasil paga
12% ao ano) e são seguros.
É isso que está acontecendo na Europa neste momento. Vários
bancos grandes emprestaram muito dinheiro para a Grécia e agora chegou a hora
da Grécia pagar as dívidas não tem o dinheiro assumindo o calote. O banco por
sua vez, não trabalha com dinheiro próprio, logo, ela diz para seus
correntistas: O valor que consta no seu
extrato, aplicação e poupança não tem como eu te pagar agora, ok?! Não adianta
tentar fazer saques. E assim a crise torna-se generalizada.
Talvez você esteja se perguntando: Na Europa a moeda forte é
o Euro, e o que isso tem a ver com a grande oscilação do dólar?
Os Estados Unidos teve seu título rebaixado o que significa
que ele não faz parte do seleto grupo dos “melhores pagadores”, mas ele passa a
imagem de ser honesto e isso tem bastado. Quando o mundo passa por uma situação
instável, todos recorrem ao dólar. Quando
a crise da Grécia tomou grandes dimensões e os calotes foram anunciados
oficialmente a 2 ou 3 semanas atrás a cotação do dólar disparou. Na mentalidade
dos economistas, nos momentos de crise mais vale eu ter dólar em mãos do que
outra moeda.
A confiança que a economia Norte Americana passa é maior do que o
valor dado em seus títulos.
Muita gente comprando dólar repentinamente e a quantidade de
moeda no mercado sendo a mesma o seu preço subiu chegando a valer R$1,95 umaalta de quase 20% só no mês de setembro. Os países da União Européia interviram e irá
emprestar dinheiro aos bancos afetados a juros baixíssimos para que estes não
quebrem e consigam garantir a liquidez para seus correntistas. Essa medida
acalmou o mercado e os investidores pararam com o desespero para comprar o
dólar. Com isso, já vemos uma queda significativa nos últimos 5 dias sendo o
dólar cotado hoje próximo a R$1,75 com expectativa de mais queda.
Não é só o dólar que seu valor alterado com as recentes
crises. O ouro também é considerado um refúgio seguro para os investidores e
por isso mesmo o seu preço vem subindo cada vez mais.
Se não surgir nenhuma nova crise ou fato que altere a
estabilidade mundial o preço do dólar tende a voltar a patamares mais baixos e
voltar à estabilidade.
Filipe Rodrigues
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